17/10/2010

Sua empresa ainda está fora das redes sociais?

Orkut, twitter, facebookSe no resto do mundo há poucas empresas que não usam as ferramentas oferecidas pelas redes sociais, aqui no país parece que ocorre o inverso. O que mais me impressiona é ver as empresas estrangeiras terem uma forte atuação nas redes sociais, lá fora, mas aqui no Brasil as suas filiais não têm feito muita coisa – pra não dizer nada! E isso me espanta. Confuso? Concordo. Mas esse é o mercado em que vivemos.
Algumas empresas ainda possuem o seguinte pensamento: “nossa, o que vão falar de mim?”. Alguns gestores de marca acreditam que se forem discretos, se ficarem “quietinhos” na rede, será melhor. Você está enganado, amigo! Se acha que sua marca não está presente nas redes, experimente entrar no Orkut e digitar o nome dela na busca para ver quantas comunidades existem sobre ela!
Quando o Orkut começou a crescer no Brasil, no começo de 2004, muitos funcionários começaram a criar comunidades das empresas onde trabalhavam e outros iam se adicionando a elas. Hoje, por mais que alguns já tenham saído dessa empresa, se mantêm nessas comunidades. Essa é uma forma de manter contato com amigos e com colegas, é a interação entre funcionários e ex-funcionários.
Alguns consumidores decidem entrar em comunidades de determinadas marcas por afinidade, outros, para fazer elogios ou reclamações. E muitos deles não irão reparar se é apenas uma comunidade de interação entre funcionários, e nem se importarão muito com isso, eles simplesmente entrarão e deixarão comentários. Aliás, alguns podem pensar que, por ser se tratarem de funcionários, o comentário será recebido mais rapidamente! Mais um ponto para o item “sim, sua marca já está na rede!”
E não fiquemos fechados apenas no Orkut; milhares de pessoas interagem no Twitter, no Facebook, no YouTube, no Hi-5, Sonico, no Limão, enfim, nas milhares de redes sociais que existem e vão existir mais ainda no nosso mercado. As marcas devem estar presentes e ativas nessas redes, afinal, é onde seu consumidor está!
O consumidor pode acreditar que, se ele está nas participando de uma rede, a marca com a qual ele quer se relacionar vai fazer o mesmo (ou pelo menos, deveria!). Essa proximidade das redes faz o consumidor acreditar também que será atendido mais rapidamente. Em muitos casos, sabemos que não é bem assim, pois estudamos esse comportamento diariamente. Para os “leigos em estratégia digital”, talvez isso não fique bem compreendido.
Já ouvi casos de familiares e de amigos que, por serem advogados, engenheiros, jornalistas, contadores – sendo os “leigos em estratégias digitais’ -, comentam: “Poxa, mas a marca X tem 7 mil funcionários só aqui em SP e não tem UMA pessoa sequer para responder nas redes sociais?”. Infelizmente, vivemos a realidade onde a resposta é: “Não tem!” A maioria dos usuários ativos em redes sociais são exatamente essas pessoas, que chamamos de “leigas em estratégias digitais”, e as marcas precisam começar a entender que eles estão dominando a web, e cada vez mais querem falar e serem ouvidos.
Em meu livro Planejamento Estratégico Digital, dou o exemplo da “Helena, a garota digital” que tem a sua vida toda baseada em Google, redes sociais, blogs, mensageiros instantâneos e compartilhamento de conteúdo. Esse é exatamente o perfil dos jovens de hoje, entre 12 e 17 anos, a chamada “geração Y”. Percebemos que esses jovens estão cada vez mais conectados e são eles que, em 10 anos, serão os maiores consumidores do mercado, querendo se relacionar com as marcas da mesma forma com que interagem com os amigos nas redes sociais.
Mas será mesmo que redes sociais são algo relevante no Brasil? Pasmem, essa pergunta existe e é frequente. Para isso que nós, profissionais de planejamento estratégico digital, devemos estar preparados e embasados para responder: sim!
Recentemente, um estudo do Ibope chegou como esperança ao mercado e pode mudar a percepção das marcas e gestores com relação a web: “apenas” 87% dos internautas, o que hoje representa aproximadamente 61 milhões de pessoas, usam redes sociais e passam cerca de 3 horas por dia nelas. Desse universo, 83% (50,5 milhões) das pessoas fizeram um perfil por vontade própria.
E aí, sua marca vai demorar mais quanto tempo para entrar nas redes sociais?
Fonte: Felipe Morais – iMasters