23/09/2007

SOB PRESSÃO (por Ênio Padilha)

Esta semana o artigo que o Ênio escreveu me chamou atenção, fala sobre a diferença de quem aceita trabalhar sob pressão e os não acreditam ter esta capacidade.
Parece que ele escreveu pra gente, este artigo veio num momento propício a pensarmos se estamos fazendo tudo o que podemos não só pela empresa mais por nossas carreiras.
Tomei a liberdade de publicar o artigo aqui no blog.

SOB PRESSÃO
Se você faz parte do grupo de pessoas que costuma dizer “Eu não gosto que me pressionem. Eu não trabalho sob pressão!”, eu tenho duas notícias para você: uma boa e outra ruim.
A boa notícia é que você não está sozinho. Pelo contrário, está em numerosíssima companhia: noventa por cento das pessoas são como você. Não gostam de serem pressionados. Perdem rendimento quando são submetidos a pressão acima da normal.
A má notícia é que você está no time errado. Os outros dez por cento é que são os VENCEDORES, os LÍDERES, os que conseguem fazer as coisas enquanto vocês (os noventa por cento) estão batendo no peito, cheios de si, e dizendo: “Eu não trabalho sob pressão”.
É isso mesmo, amigo. É sob pressão que o gênio se destaca das pessoas comuns. Enquanto as condições de trabalho são normais, o rendimento excepcional não aparece. Quando a coisa aperta (quando “o bicho pega”) é que as diferenças começam a aparecer.
Fazer um gol da marca do pênalti, com o goleiro batido, sem zagueiros por perto e com o estádio vazio… é fácil. Qualquer cabeça-de-bagre faz. Agora, numa final de campeonato, com estádio lotado, um goleiro alerta, três ou quatro zagueiros chegando junto…
Você já viu um piloto de fórmula 1 dar uma entrevista e dizer que não gosta de ser pressionado, ou que perde rendimento sob pressão ?
Já parou para pensar na pressão sobre um atleta no dia de uma final de olimpíada (estádio cheio, televisão para o mundo inteiro, família vendo tudo, amigos, namorada, patrocinadores, oportunidades… isto sem falar nos adversários).
E que tal a pressão sobre um ator de teatro no dia de uma estréia nacional ? A pressão sobre um empresário, no dia de fechar um negócio importante ? A pressão sobre um astronauta no dia da partida para uma missão espacial ? A pressão sobre um médico fazendo um transplante de coração (mais ainda, se o paciente for uma pessoa famosa ou importante) ? E a extrema pressão a que está submetido um policial numa operação de resgate em um sequestro ?…
As pressões a que uma pessoa pode ser submetida (pressão do tempo se esgotando, pressão da responsabilidade, pressão da ansiedade, da angústia ou da raiva) provocam, na maioria das pessoas uma perda do equilíbrio emocional que tem como consequência imediata a perda do rendimento e do desempenho.
Mas na maioria dos casos, essa perda do rendimento não tem razões físicas. É apenas uma resposta psicológica que começa pela própria pessoa acreditar que “se houver pressão, de qualquer natureza, eu não vou funcionar direito”.
E, para quem pensa que “nasceu assim, cresceu assim e vai ser sempre assim”, outra boa notícia: você pode, sim, aprender a suportar pressões e vencer desafios importantes. Mas, primeiro, você precisa QUERER. Segundo, você precisa aprender a identificar pequenas oportunidades de treinar essa qualidade, enfrentando com coragem as pequenas, porém históricas, fontes de pressão no seu dia-a-dia, como, por exemplo, falar em público, expor suas opiniões, assumir responsabilidades, ser criativo, terminar um trabalho no tempo determinado.
Você precisa perder o medo de errar e desenvolver a disposição para acertar. Isto não é fácil, mas não é impossível.
Procure ajuda profissional, leia livros, faça cursos, faça qualquer coisa, mas não desperdice sua vida acreditando que você não resiste a pressões. Que você não funciona sob pressão. Que você nasceu para ser um perdedor.
Isto não é verdade ! (e você sabe disso.)
ÊNIO PADILHA
www.eniopadilha.com.br