24/01/2008

Finanças Comportamentais: em momentos de pânico no mercado, não faça nada

Por: Felipe Abi-Acl de Miranda
23/01/08 – 15h35
InfoMoney
SÃO PAULO – A volatilidade das bolsas tem sido expressiva nas últimas sessões. Embora os mercados tenham recuperado parte das perdas recentes na terça-feira (22), o acumulado de 2008 ainda representa prejuízos significativos em nível global.
A variação diária dos principais índices de ações vem sendo superior à média histórica e, na maior parte das vezes, negativa. Medo de recessão nos EUA, necessidade de liquidez por parte dos investidores estrangeiros ou maior aversão ao risco? O que explica a derrocada recente do preço das ações em bases diárias?
Nenhuma das alternativas anteriores
Segundo as Finanças Comportamentais, nada disso. Em horizontes temporais reduzidos, como um dia, as oscilações dos preços dos ativos financeiros não teriam relação com os fundamentos econômicos.
Fatores psicológicos como racionalidade parcial, efeito manada e viés de projeção determinariam a evolução das ações no diário. Assim, tentar entender grandes oscilações via explicações racionais seria inócuo.
Obviamente, os fundamentos econômicos são, sim, fatores determinantes do preço dos ativos. Mas sua influência no curto período seria bastante reduzida.
A bolsa despencou, o que eu faço?
Se não são os fundamentos os vetores por trás da variação das ações no intraday e em outros intervalos de tempo comprimidos, o que fazer em dias de pânico?
A recomendação tradicional é justamente não fazer nada. Estratégias de investimento tomadas em dias de extremo nervosismo podem resultar em prejuízos importantes.
A sugestão de passividade é recorrente. Em pregões nos quais o Ibovespa cai mais de 5%, não entre em pânico junto com a média do mercado. Fundamentos econômicos não se concretizam em períodos iguais a um dia. Se você não precisa de liquidez imediata, esqueça o noticiário. Mantenha sua estratégia pré-definida e espere que os fundamentos voltem a se sobrepor aos fatores psicológicos.