16/06/2009

Trendsetters?!

Os trendsetters são aqueles que iniciam as tendências. No vídeo abaixo, estamos falando da pessoa que começou a dançar sozinha. Passado um tempo, ele ganha a companhia de outra pessoa, que não possui um papel marcante no processo. Com 55 segundos de vídeo, aparece um terceiro indivíduo, o trendspreader e, rapidamente, temos muitas pessoas envolvidas.

Segundo o Luiz Felipe, muitas marcas buscam se comunicar com os trendsetters, na esperança de que seu produto caia no gosto deles e que eles ajudem a formar a opinião da parte de baixo da pirâmide de consumo influenciando a grande massa. Apesar dos trendsetters estarem no topo da pirâmide e serem de fato os early adopters (os primeiros a adotar um produto), nem sempre são eles que de fato ajudam a espalhar algo para as massas. Os trendspreaders, em contrapartida, não são necessariamente os primeiros a adotar algo. No entanto, por serem grandes hubs (pessoas com grande número de contatos e credibilidade em seus círculos sociais), conseguem espalhar conteúdos com grande eficiência.
Na verdade, não se trata de algo novo. Muitas empresas, principalmente voltadas à tecnologia, disponibilizam seus produtos, ainda no início do ciclo de vida, para os trendsetters, também chamados de consumidores Alpha. Esse público entende do assunto, é muito criterioso e ajuda muito nos testes de produto, mostrando caminhos para inovações e incrementos. São, geralmente, aquelas primeiras pessoas a assistirem um determinado filme, a possuir um modelo novo de celular, a vestir uma nova cor de roupa. Se a relação deles em relação ao produto for positiva, as chances de obter sucesso no mercado são maiores.
Os trendspreaders, também chamados de consumidores Beta, são os que disseminam essa informação, levando as novidades até a massa. Eles formam o elo entre a marca e a grande parcela do público. São também conhecidos como formadores de opinião. Muitos deles possuem blogs e são muito ativos nas mídias sociais. No Twitter, por exemplo, os publicitários – trendspreaders pelas próprias exigências da profissão – correspondem a 16,7% do total de usuários no Brasil, segundo pesquisa da Bullet.
As motivações de cada grupo são bem diferentes. Enquanto os Alpha buscam novidades para se diferenciar da multidão, os Beta adotam o novo para se destacar e manter sua posição de referência. Para eles, o prazer está mais ligado ao fato de ser seguido. A novidade em si não é suficiente. Em geral, são aquelas pessoas que estão sempre divulgando bandas novas aos amigos, são os primeiros a contarem as novidades, são os que sempre aparecem com um filme novo que todo mundo acaba gostando. A luta dos betas é para se manter na posição de formador de opinião. Afinal, eles querem ditar a moda.
Diante disso, o grande desafio das marcas é entender bem a diferença entre esses dois perfis e a relevância de cada um na categoria ou produto em questão. Só assim será possível traçar objetivos e estratégias bem direcionados, capazes de estabelecer conexões emocionais com cada um deles. Afinal, ambos tem um papel que, apesar de distinto, é fundamental. Estudar bem esses pontos na hora de planejar pode fazer a diferença no resultado de qualquer campanha.

Fonte: Luiz Felipe Barros, do Onbranding