25/02/2010

Pesquisa do Cetic-SC mostra que formação profissional é a maior preocupação do setor de tecnologia no Estado

A falta de mão-de-obra especializada é o principal entrave ao crescimento das empresas de tecnologia da informação e comunicação em Santa Catarina. A constatação é resultado de uma pesquisa realizada pelo Conselho de Entidades de Tecnologia da Informação e Comunicação de Santa Catarina (Cetic-SC) junto às principais entidades empresariais do setor. “A capacitação profissional é a principal preocupação dos empresários de informática no momento, superando questões tradicionais como a carga tributária e os juros altos”, destaca Jeziel Montanha, presidente do Cetic-SC. A pesquisa revela também que os empresários esperam ações governamentais mais efetivas para a formação de jovens.

A pesquisa do Cetic-SC ouviu presidentes de sete entidades de tecnologia de Santa Catarina. Juntas, elas representam mais de 1.000 empresas, que geram cerca de 30 mil empregos diretos.

De acordo com o levantamento, o setor de tecnologia em Santa Catarina não está atrás de vantagens econômicas, mas procura o crescimento com qualificação profissional e investimentos em pesquisas. Para 85 % dos respondentes da pesquisa, a defasagem da mão-de-obra é o principal entrave ao crescimento, enquanto que 15% acham que o principal obstáculo é a retração econômica. “O apoio governamental mais urgente não deve ser em forma de incentivos fiscais ou financiamentos, mas sim em programas para a formação profissional”, afirma Montanha.

AÇÕES DO GOVERNO

Para 71% dos presidentes das entidades, as ações de apoio por parte dos governos municipal, estadual e nacional podem ser classificadas como razoáveis.  Outros 29% as consideram boas. Não foram registradas avaliações negativas.

Quanto às reivindicações para os órgãos oficiais, as entidades consideram que o apoio à formação de mão-de-obra é a ação mais urgente, alcançando nível de 7,4 pontos na escala de reivindicações. A questão tributária, com 7,3 pontos, vem em segundo lugar. O apoio à pesquisa, com 6,4 pontos, ocupa a terceira posição na escala de reivindicações, seguida pela necessidade da reforma trabalhista, com 6,3. A redução de juros vem a seguir, com 5,4. Em último lugar na lista de reivindicações das lideranças empresariais está a utilização do poder de compra dos governos para impulsionar as empresas, com 5,3 pontos.

“A pesquisa mostra que o setor de informática não está atrás de favores governamentais, mas busca apoio estratégico em áreas importantes para o futuro do país, como a formação de pessoas profissionalmente qualificadas e aptas para os novos desafios tecnológicos a serem enfrentados pelo país”, assinala o presidente Jeziel Montanha.

AÇÕES INSTITUCIONAIS

Preocupadas com a formação profissional no estado, as entidades de tecnologia de Santa Catarina, reunidas em torno do Cetic-SC, vem realizando ações coordenadas para a obtenção de recursos disponíveis em diversos programas oficiais. Essa ação conjunta resulta na obtenção de soluções voltadas ao desenvolvimento do setor, que deverá receber mais de R$ 10 milhões para aplicação em programas de treinamento em gestão e capacitação técnica de mão de obra em 2010.

Os recursos virão de diversos programas e parcerias com governos federal, estadual e prefeituras, além de contrapartidas de empresas.

CONFIRA OS PRINCIPAIS DADOS DA PESQUISA DO CETIC-SC

Foram entrevistados os presidentes das seguintes entidades: Blusoft (Pólo Tecnológico de Informação e Comunicação da Região de Blumenau), Assespro-SC (Ass. das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação), CDI  (Comitê para Democratização da Informática), Seprosc (Sind. das Empresas de Proc. de Dados, Software e Serviços Técnicos de Informática de Santa Catarina), Abradi-SC (Associação Brasileira das Agências Digitais), Sucesu-SC (Ass. de Usuários de Informática e Telecomunicações de Santa Catarina) e Fundação Softville.


O gráfico acima mostra em quais setores a atuação do governo se faz mais importante para a área de TIC. O apoio à capacitação profissional, com 7,4 pontos, é considerada a ação mais necessária.


A falta de mão de obra (gráfico acima), é o maior gargalo para o desenvolvimento das empresas, segundo os presidentes das entidades.


Para as principais entidades de tecnologia da informação de SC, a atuação dos governos no apoio ao setor tem sido razoável.

Fonte: Noticenter